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Publicada em 10/02/22 às 17:30h - 174 visualizações
Concursada há cinco anos, primeira mulher trans na Guarda Municipal de Jaboatão é afastada do cargo e denuncia comandante por transfobia
Segundo a servidora pública Abby Silva Moreira, de 45 anos, Admilson de Freitas também cortou as gratificações salariais dela. Denúncia foi protocolada no Ministério Público de Pernambuco.

Por G1 PE

A guarda municipal Abby Silva Moreira denunciou que vem sofrendo transfobia  (Foto: Reprodução/WhatsApp )

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Guarda municipal concursada há cinco anos em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, a primeira e única mulher trans a assumir o cargo no município denunciou que vem sofrendo transfobia. Esse crime ocorre quando há preconceito contra quem se identifica como transgênero.

 

Abby Silva Moreira, de 45 anos, contou que foi afastada da Guarda Municipal, mesmo sendo concursada, e teve suas gratificações salariais cortadas. Segundo a servidora, o responsável por isso foi o atual comandante da Guarda Municipal de Jaboatão, Admilson de Freitas.

 

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Uma denúncia formal por transfobia foi feita à corporação por meio do Sindicato dos Guardas Municipais de Jaboatão. Além disso, foi protocolada uma denúncia ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) na segunda-feira (7).

 

Abby relatou que sofre transfobia desde que entrou na Guarda Municipal, que sempre foi algo muito presente na corporação, mas que nunca tinha sido intenso como agora. Ela também afirmou que, há dois anos, faz um tratamento para depressão e que o quadro de saúde se agravou em 2021, devido à transfobia da qual foi vítima e que culminou em duas internações psiquiátricas.

 

A servidora disse que, ao assumir o cargo, a primeira providência do comandante foi retirar as gratificações dela sem qualquer justificativa. A junta médica do município solicitou à readequação dela para uma área administrativa da Guarda Municipal. Foi quando Admilson de Freitas a afastou, segundo Abby.

 

"Quando saiu uma portaria no Diário Oficial, em vez de me readaptar na Guarda, ele falou que não tinha lugar para mim lá e me jogou para outra secretaria, que não tinha nada a ver com meu concurso. Lá não tinha trabalho pra mim e me mandaram de volta para a Guarda. Voltei, e ele disse que eu não tinha mais nada a ver com a Guarda e me expulsou, como se eu tivesse sido exonerada de um cargo que sou concursada", contou.

 

Ainda de acordo com Abby, este foi o principal de uma série de episódios que fizeram com que ela se sentisse desrespeitada. A servidora está afastada por determinação médica até março e continua sem saber se voltará a trabalhar ou em que local.

 

"Ele não respeita meu gênero, me tratava só pelo masculino, depois zombava, dizia 'se fala ela né?'. Eu sou concursada e me colocaram de molho, aquela pessoa indesejada, que ninguém quer, e, até hoje, não se tem uma definição sobre o meu caso", disse Abby.

A servidora acredita que isso não teria acontecido se ela fosse uma mulher cisgênero, ou seja, que nasceu com sexo biológico feminino e se identifica como mulher.

 

"Ele me enxotou como um cachorro da guarda. E ele nunca teria feito isso se eu fosse uma mulher cis. Teria sido adaptada na hora. Nunca vi um caso de a pessoa ser expulsa para uma outra secretaria que não tem nada a ver. Então, a obrigação da Guarda era me readaptar dentro da Guarda", afirmou.

 







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